quarta-feira, 7 de março de 2012

Não, não é fácil ...

E volto a escrever mais do mesmo, mas de facto preciso mesmo, com uma urgência emergente de colocar em palavras todos estes sentimentos que matam lentamente a pessoa que sou, que me apertam o estômago, o coração e a alma. Não era suposto nós, pessoas, irmos evoluindo na vida? Não era suposto os nossos esforços serem recompensados em algum momento? Não era suposto termos a possibilidade de ter a NOSSA vida, independente, criativa e da qual nos pudéssemos orgulhar, pelo menos um bocadinho? 
Aqui sentada num quarto vazio de mim, atolada em pensamentos e sentimentos que me tornam uma mera sombra do que fui em tempos, as lágrimas finalmente decidem vencer. Dias houve em que chorar me era tão simples como o próprio respirar...! Mas em mim neste momento é como se essa fonte, fácil e rica, tivesse secado... Agora, apenas existe um lugar seco, vazio, gasto e doloroso, onde a dor ainda é mais dilacerante, porque persistente, sem encontrar forma de sair de mim. 
Eu não quero ser uma  princesa, não quero um príncipe, e muito menos preciso de um castelo em cada um dos meus reinos! Não, eu não quero! Apenas preciso de algo pelo qual valha a pena continuar a acordar todos os dias de manhã! Caí novamente neste ciclo vicioso em que a minha vida recentemente se tem tornado... pensei alto e a queda fez estragos irreparáveis. Não vejo luzes ao fundo do túnel, não vejo salvação em nenhum lugar nem em ninguém... apetece-me gritar com um Deus que não sei se existe, apetece-me acusar o Universo por todos os males causados, por todas as lágrimas gastas, por todas as dores sentidas. Preciso de um culpado! Estou cansada de todos os dias dizer que o dia de amanhã será melhor, que algo de bom me espera nos entretantos da vida, que ao virar da esquina de mais um dia triste e banal, pode simplesmente surgir a oportunidade da minha vida. Sim, no inicio acredita-se nisso, precisamos disso, precisamos de uma fé que nos mova, uma fé qualquer... nos homens, em Deus, no destino, na vida! Mas tudo na vida tem prazo de validade, e essa fé vai perdendo o brilho, a intensidade... até se tornar apenas numa miragem, uma imagem opaca e morta para "inglês ver". Porque perante os outros, temos que ser sempre fortes e optimistas, carregar connosco a chama da esperança, o som das gargalhadas... mesmo que a nossa vida esteja uma merda. Perante o mundo, isso é ser forte, é lançar-se num campo de batalha e mesmo quando se perde, erguer um troféu, símbolo de que não chegámos ao fim. Para mim, mostrar-me assim perante o mundo, é apenas ocultar algo que me dói tanto que não consigo explicar... é fingir, é esconder-me de mim mesma, é enganar aos outros e a mim mesma... é ser consumida por um monstro e nem poder pedir ajuda. Na verdade, quem me ajuda??? Quem? Ninguém. Ninguém é capaz de atenuar esta sensação de injustiça, esta sensação de desespero, de andar na corda bamba... de achar que a qualquer momento posso simplesmente cair e desfalecer! Quem? Quando? Como? Perguntas, é tudo o que tenho neste momento, perante um turbilhão se sentimentos e ressentimentos que me agoniam até ao mais profundo da minha alma. 

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